Junho é o mês do Vinho Quente! Toda quermesse que ser presa tem a sua barraquinha de vinho quente, ou quentão, como é chamado no Sul do Brasil. Aqui neste vídeo eu ensino a preparar a receita alemã, o Glühwein, e também um Apfelstrudel, um pão de maçã folhado. Optei por preparar esse doce para criar uma harmonização complementar. Ou seja, as características de um completa a do outro.
Estamos acostumados a tomar vinho quente com maçã. Mas nessa receita não vai. Então eu trouxe o sabor da fruta através da sobremesa. A uva passa do pão foi hidratada no vinho que usei para fazer a bebida, assim o doce pega as notas do vinho. O azedinho da maçã quebra o doce do vinho. E assim temos uma combinação perfeita e muito saborosa!
História do vinho quente
Você sabia que essa bebida que é a cara da nossa Festa Junina é na verdade egípcia? Na verdade, sua origem não é bem precisa, mas estudos mostram que o vinho quente com especiarias era uma bebida utilizada para fins medicinais no Antigo Egito, em 3150 a.C..
Já os gregos, para evitar o desperdício do vinho que estava para estragar, acrescentavam ervas e especiarias selecionadas com propriedades medicinais. A bebida era chamada de hippocras, em homenagem a Hipócrates, considerado o pai da medicina.
Os romanos também tinham sua versão do vinho quente, o conditum paradoxum. Uma bebida feita com vinho branco, mel, tâmaras, pimenta do reino, louro e açafrão. E com a expansão do Império Romano, a bebida ganhou o continente europeu. A população consumia o vinho quente para se aquecer do frio.
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Já no século XIX, a Alemanha desenvolveu uma receita que se popularizou entre os países da Europa central. Conhecido por Glühwein, a bebida passou a ser associadas às festividades natalina. E até hoje é consumida nas festas e mercados de rua de Natal. Além da Alemanha, diversos outros países têm a tradição de tomar vinho quente no Natal, como Áustria, Holanda e França, principalmente a região da Alsácia, que já foi de dominação alemã, e lá chama vin chaud.
Vinho quente no Brasil
Aqui no Brasil, o vinho quente chegou junto com os imigrantes alemães no sul do País. E recebeu o nome de Quentão. Mas como no período do Natal o clima aqui é muito quente, a bebida passou a ser consumida em junho, quando as baixas temperaturas chegam ao País. Logo se associou às celebrações do mês e hoje é o símbolo da nossa Festa Junina.