Harmonização de espumante com Panetone
Que tal aprender a harmonização de espumante com panetone? O costume de consumir um pão doce recheado com frutas na época natalina surgiu na Itália, durante a Idade Média. Os italianos, quando imigraram para o Brasil, entre o final do século 19 e a primeira metade do século 20, trouxeram com eles essa tradição, que logo caiu no gosto dos brasileiros. Hoje, o Brasil é um dos maiores consumidores de panetone no mundo.
Como combinar panetone com espumante
O panetone é um pão rico em ingredientes e seu preparo é bastante complexo. Suas principais notas de degustação são doçura e gordura, com alta persistência de sabor e boa estrutura. Possui equilíbrio de sabores entre o amargor da crosta torrada e o doce do recheio. Todas essas características precisam ser consideradas no momento de escolha do vinho.
Harmonização clássica: Panetone e espumante Moscatel
O vinho para acompanhar o panetone deve ser doce, delicado e perfumado, com um sabor que o acompanha e nunca o domina. A harmonização ideal para o panetone é o espumante Moscatel. O aroma perfumado e delicada doçura, realçam as propriedades do Panetone, enquanto as borbulhar retiram a gordura e dão textura à maciez da massa.
A harmonização tradicional é Moscatel com Panetone de Frutas. Mas você pode servir o Moscatel ao lado de outras versões, como chocolate, creme e até creme de avelã, pois o Moscatel tem um nível de açúcar capaz de equilibrar o dulçor da receita, sem causar amargor no paladar.
Assim como o Panetone, o espumante Moscatel também é proveniente da Itália. A produção do espumante Moscatel surgiu na comuna de Asti, a 120 quilômetros de Milão (origem do Panetone). São elaborados com uvas da família Moscatel, passam por apenas uma fermentação, para manter a leveza, frescor e açúcar. Foram os espumantes de Asti que deram origem aos espumantes Moscatel produzidos no Brasil.
Harmonização entre outros tipos de espumante e Panetone
É possível criar harmonização de espumante e Panetone que vão além do Moscatel, só é preciso lembrar que estamos nos referindo a um alimento doce, que necessita de um vinho com algum dulçor para poder acompanhá-lo. O contraste entre o amargor da bebida e a doçura do panetone, pode criar uma sensação desagradável ao paladar.
O espumante Demi-Sec é um bom substituto para o Moscatel. É um vinho com dosagem de açúcar que varia de 20 a 60 gramas por litro e por isso funciona bem com receitas mais adocicadas. Como o ideal é o vinho ter ao menos a mesma quantidade de açúcar que a sobremesa, é melhor optar por versões do panetone com frutas ou cremes, deixando os de chocolate para o Moscatel ou ainda os vinhos de sobremesa.
Já as versões mais secas do espumante, como o brut, é preferível que o rótulo elaborado pelo método tradicional. Esse processo confere ao vinho notas aromáticas que remetem a frutas secas, casca de laranja, castanhas, fermento e tosta. Sabores que encontramos no panetone.
Mas para essa combinação dar certo, é preciso que a versão escolhida do pão seja a tradicional, apenas com frutas cristalizadas, ou nos sabores laranja, limão siciliano, nozes, pistache, damasco ou outros recheios com frutas cítricas ou castanhas no geral. São ingredientes que possuem sabor mais delicado, não são tão doces e ainda apresentam notas aromáticas e de sabores que se assemelham aos aromas do vinho elaborado pelo método tradicional.
Optar por um panetone muito doce ou recheado com chocolate para acompanhar um espumante brut pode causar amargor no paladar, além da combinação tornar o sabor do vinho desagradável. Prefira o Moscatel ou então um Demi-Sec ou ainda um vinho de sobremesa.
Mas lembre-se, essas percepções são pessoais. Cada um sente a harmonização de uma forma, dependendo de suas preferências de sabores. Por isso, não deixe de provar seu panetone preferido com o seu espumante preferido e descobrir qual o resultado dessa combinação.