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Como identificar um vinho vegano

Como identificar um vinho vegano
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A procura por produtos veganos vem crescendo a cada dia. E, como era esperado, essa demanda chegou ao mercado do vinho. Atentos ao movimento, muitos produtores ao redor do mundo estão adaptando suas produções para incluir opções veganas em seus portfólios. Pois mesmo sendo um produto elaborado apenas com uva, o vinho não é vegano! Confira aqui neste artigo como identificar um vinho vegano.

Como descobrir se um vinho é vegano 

Descobrir se um vinho é vegano pode ser um desafio, pois não há legislação que obrigue o produtor a incluir na rotulagem os insumos utilizados na elaboração da bebida. Com isso, os consumidores com alguma restrição, como é o caso dos veganos, não sabem exatamente se o produto é apto para o seu consumo. Vale salientar que o vinho é um dos poucos produtos de consumo humano que não têm a obrigatoriedade de listar todos ingredientes no rótulo. 

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Mas existem vinícolas que desenvolvem contra-rótulos mais informativos e utilizam expressões que podem indicar que aquele vinho é adequado para veganos. Como o termo “não filtrado” ou “autoclarificação natural”  indicam que o vinho não foi filtrado, possivelmente, não teve contato com ingredientes de origem animal. Vinhos Naturais também tendem a estar aptos para o consumo, pois não utilizam nenhum insumo extra na produção do vinho, possivelmente não haverá ingredientes com traços animais na composição da bebida. Há ainda alguns exemplares que exibem frases como “adequado para veganos”. Mas essa é uma afirmação que nem todas as regiões produtoras permitem em vinhos que não são oficialmente certificados como veganos. 

Certificação vegana 

Para que um produto carregue um selo vegano em sua embalagem, é preciso que ele seja  submetido a análise de um órgão regulamentador. Cada país do mundo possui seus certificadores, com a sua própria normativa e política de certificação. São instituições independentes reconhecidas pela comunidade vegana e vegetariana local e internacional. Não existe um regulamento global, mas algumas são endossadas pela Vegan Label, uma indexação de certificação vegana oficial em todo o mundo. 

No Brasil, a Associação Brasileira de Veganismo trabalha nos mesmos padrões da The Vegan Society. Para receber o selo, o produto deve ser livre de ingredientes de origem animal, incluindo genes ou substâncias animais em organismos geneticamente modificados (OGM), não testar em animais e ser elaborado ou fabricado separadamente dos produtos não veganos, ou com práticas higiênicas rigorosas para não haver resíduos de origem animal no produto a ser certificado. O custo varia de acordo com o porte da empresa, e vai de R$ 520 a R$ 9.720.

A decisão por certificar um produto cabe somente ao fabricante. Por muitas vezes ser um processo caro e burocrático, alguns produtores abrem mão do selo, sobretudo, os menores. Há também a incompatibilidade de ideias entre o certificador e a empresa. Como o veganismo é uma filosofia, há variações de interpretação e os limites do que é aceitável para essas organizações podem variar de acordo com sua política e história. Há reguladores, por exemplo, que não certificam produtos orgânicos, pois o adubo orgânico pode conter resíduos de matadouro. Outros não autorizam selo para produtores que utilizam carroças puxadas por cavalos ou bois. 

O consumidor vegano também tem suas restrições e preferências, e pode aceitar ou não determinadas práticas impostas pelas organizações ou utilizadas pelas empresas. Para saber se o produto está apto ao consumo dentro de suas limitações, é necessário conhecer a procedência. Por isso a curadoria de vinhos é tão importante. Ter um profissional a serviço do vinho que conheça o rótulo, a história e as práticas da vinícola faz com que a compra seja mais acertada e segura.

Nem todo vinho é vegano

Mesmo sendo oriundo da uva, um produto natural, a elaboração do vinho possui algumas etapas na vinificação que incluem a utilização de substâncias de origem animal.  A clarificação, por exemplo, é uma delas. Essa etapa consiste em retirar os resíduos sólidos que se formaram durante o processo, para clarificar o vinho, tornando-o límpido. Para isso, são adicionadas substâncias que atuam como um imã, atraindo as impurezas em suspensão para que precipitem no fundo do tanque. Esses produtos, normalmente, são de origem animal, como: caseína (proteína do leite), albumina (proteína do ovo), clara de ovo, gelatina animal e isinglass (cola de peixe retirada da bexiga natatória do peixe).

Outra etapa em que pode haver o uso de produtos animais é a filtragem. Antes de ser engarrafado, o vinho precisa ser filtrado para que todas as impurezas capturadas pela clarificação fiquem no tanque. Nesse processo pode ser utilizado gelatina animal. Há também alguns produtores que fazem o amaciamento forçado dos taninos. Esse processo reduz o amargor, principalmente em vinhos jovens ou de colheita precoce, através da inserção de albumina ou sangue animal em pó ou líquido.

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Essas etapas não são obrigatórias e mesmo quando realizadas, não precisam, necessariamente, conter ingredientes de origem animal. Com a evolução da indústria e também o apelo social por produtos mais saudáveis e justos, esses componentes estão caindo em desuso. Inclusive, há muitos países que já restringem algumas dessas substâncias. Como é o caso do sangue, proibido na França e Estados Unidos.

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