A reconexão com a natureza na cidade de São Paulo através do vinho
São Paulo é conhecida como “selva de pedras”. Assim como o apelido indica, o que temos por aqui são prédios e não árvores. Quem nasce na capital paulista, mal tem contato com a natureza. A desconexão é tanta, que é comum acreditarmos que os produtos que consumimos nascem dentro de embalagens plásticas na prateleira do supermercado.
No entanto, existem algumas iniciativas que visam promover uma aproximação do paulistano com a origem biológica dos alimentos. Um desses exemplos é o Cafezal Urbano, do Instituto Biológico. Um oásis de cerca de 10 mil metros quadrados, situado próximo ao Parque do Ibirapuera, convida os moradores da cidade a mergulharem em um ambiente rural, sem sair dos limites da cidade. É possível conhecer de perto o que precede a embalagem a vácuo do café: a natureza.
Entretanto, esse ciclo de conexão do alimento com a terra não é exclusividade do café. Diversos outros produtos que consumimos tem origem na natureza. Como o vinho, por exemplo. Antes de ser elegantemente engarrafado e exibido nas prateleiras das lojas, o vinho passa por um complexo processo de cultivo da uva, no qual elementos como sol, chuva, vento e solo desempenham papéis cruciais na determinação da qualidade da matéria-prima.
Nós, ”paulistanos da gema”, muitas vezes não temos ideia dessa realidade. Atento a isso, a vinícola gaúcha Família Salton criou um espaço em São Paulo com o intuito de aproximar os consumidores dessa essência desconhecida. A Enoteca Família Salton, situada em um casarão histórico no bairro do Pacaembu, transporta os visitantes para o coração da vinícola na Serra Gaúcha.
O ambiente é decorado com videiras vindas diretamente do Rio Grande do Sul e plantadas em vasos transparentes, permitindo que os visitantes observem as diferenças dos solos da Serra Gaúcha e da Campanha Gaúcha, regiões onde há o cultivo de uvas para as produções da Salton.
A Enoteca também conta com uma área que simula uma cave, onde vinhos icônicos da vinícola são exibidos, há também um barril aberto ao meio para ilustrar o envelhecimento do vinho na madeira e garrafas de espumantes com leveduras, demonstrando o processo de formação das borbulhas.
Além da ambientação imersiva, a Enoteca Família Salton promove atividades que estreitam ainda mais a conexão entre os consumidores e o mundo do vinho. Sua agenda repleta de aulas, workshops e degustações oferece aos visitantes a oportunidade de vivenciar o vinho em sua plenitude, muito além do simples produto em si.
Seguindo essa mesma filosofia de aproximação com a origem do produto, a Vinícola Campestre também estabeleceu presença física em São Paulo, com uma loja conceito no bairro de Pinheiros. O espaço é decorado com um enorme painel que simula os vinhedos da vinícola no Rio Grande do Sul.
A imagem proporciona a ilusão de estar entre as videiras. Embora não seja realmente possível percorrer o vinhedo, os visitantes podem desfrutar da oportunidade de tirar fotos imersivas que os transportam, mesmo que momentaneamente, para a paisagem bucólica de Vacaria. Além do espaço interativo, a Vinícola Campestre em São Paulo oferece degustações e eventos, convidando as pessoas a explorarem os aromas, sabores e nuances de cada uma de suas uvas cultivadas em Vacaria.
Em meio à agitação incessante de São Paulo, as vinícolas Salton e Campestre nos convidam a uma pausa, para imergir profundamente na história que permeia cada garrafa de vinho, reestabelecendo nossa conexão com a essência natural do produto. É uma jornada sensorial que transcende a relação com o vinho e enriquece nossa experiência. Enquanto habitantes dessa metrópole, raramente temos a oportunidade de colocar as mãos na terra, mas agora, temos a chance de, a cada gole, perceber a natureza que molda cada vinho.
