Vinho do Porto
Descubra o que é o Vinho do Porto, as diferenças entre Porto Ruby, Tawny, Branco e Rose e qual o melhor Vinho do Porto para servir em cada ocasião.
Um dos mais famosos estilos de vinho do mundo, o Vinho do Porto é muito consumido em alguns países, em especial Inglaterra e França. Além, é claro, de ser um sucesso entre os turistas que visitam Portugal.
Aqui no Brasil, apesar de combinar muito com nossa cultura e paladar, o estilo ainda é pouco consumido. Por isso, as importações são bem restritas. Mas se você ama degustar um bom Porto, fique tranquilo. Nos do Reserva85 temos um plano para virar esse jogo.
Tudo começa, é claro, pela informação. Por isso, além desse artigo, preparamos um curso completo e gratuito sobre Vinho do Porto. O primeiro curso com conteúdo 100% disponível pelo Instagram.
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Vamos agora entender um pouco mais sobre essa bebida, responder as principais questões sobre o Vinho do Porto.
Veja nesse artigo (índice):
- O que é o Vinho do Porto?
- Como é feito o Vinho do Porto?
- Como consumir Vinho do Porto?
- Qual a diferença entre o Ruby e Tawny?
- O que combina com Porto na hamonização?
- Como armazenar seu Vinhos do Porto?
- Origem e História do Vinho do Porto
- Curso gratuito no Instagram
O que é o Vinho do Porto
O Vinho do Porto é um vinho doce, fortificado, produzido em Portugal com denominação de origem (DO). Isso quer dizer, que para receber o nome de Porto, a bebida tem que ser elaborada exclusivamente na região demarcada, seguindo as regras de produção estabelecidas pela DO.
O órgão responsável pela avaliação dos vinhos e emissão da certificação é o IVDP – Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.
Vinho Doce
A classificação de vinho doce é baseada no teor de açúcar presente no vinho. De acordo com a legislação brasileira, vinhos com teores de açúcar acima de 45 g/l são considerados vinhos doces. Leia mais sobre a classificação de doçura dos vinhos aqui.
Vinho Fortificado
No caso do Vinho do Porto, é adicionada aguardente vínica, com teor de 77% de álcool, durante a fermentação do mosto. Como resultado, temos um vinho teor alcóolico na faixa dos 20%. Vamos entender um pouco mais a seguir, quando falarmos sobre o processo de elaboração.
Chamamos um vinho de fortificado, quando em sua produção ele recebe uma “fortificação” alcóolica. Ou seja, adiciona-se álcool para elevar o teor alcoólico da bebida.
Uma curiosidade, a adição de aguardente com 77% de álcool não né algum tipo de “bruxaria” enológica. Mas sim, uma questão tributária. A taxação seria mais elevada caso fosse utilizada aguardente de teor alcoólico superior.
Leia também o artigo: O álcool do vinho.
Como é feito o Vinho do Porto?
O Vinho do Porto é elaborado a partir de uvas colhidas a mão em videiras plantadas às margens do Rio Douro. Respeitando a área demarcada para plantio estabelecida pela DO.
Chegando na adega, as uvas são avaliadas e selecionadas, para que as melhores e mais saudáveis entrem para a produção. Na sequência, são levadas para o esmagamento que pode ser através de uma máquina ou da forma tradicional, a pisa da uva, que ainda é muito usada para elaboração do Porto. Esse processo faz com que a casca da uva se rompa e libere o suco e a polpa.
Depois de algumas horas tem início a fermentação alcoólica. Quando o mosto chega na quantidade de doçura definida pelo enólogo, é o momento de começar a fortificação. A fortificação consiste na adição de aguardente vínica, uma bebida espirituosa neutra com um teor alcoólico de 77%, geralmente, adicionada na proporção 115 litros para cada 435 litros de vinho.
A adição da aguardente vínica aumenta o teor alcoólico em um nível que as leveduras responsáveis pela fermentação não conseguem sobreviver. Com isso, a fermentação é interrompida antes de todo o açúcar ter sido transformado em álcool. Assim, a doçura natural da uva é preservada no vinho.
Após a fortificação, o vinho permanece em repouso na adega no Douro. Depois o vinho é avaliado para definir a qual estilo será destinado. O vinho é então colocado em cascos ou cubas, conforme o estilo definido. É aí que nascem as famílias Ruby e Tawny.
Em nosso curso sobre Vinho do Porto no Instagram, Paula Daidone explica detalhadamente como é feito o Vinho do Porto. Confira nosso post sobre a elaboração:
Qual a diferença entre o Ruby e Tawny?
Ruby e Tawny são diferentes estilos de Vinho do Porto. Ambos são tintos, que se diferem pela forma de produção, que resultam em características bem distintas.
Basicamente, o Porto Ruby é mais frutado, com coloração avermelhada, por isso chamado de Ruby. Seu processo de produção não envolve necessariamente estágios de oxidação em tonéis ou barris de madeira. Em alguns casos o envelhecimento é feito apenas em cubas, como o Ruby Standard. Em outros casos, a evolução é feita também em garrafa. Por exemplo o Ruby Vintage.
Por outro lado, o Porto Tawny é um vinho de coloração mais acastanhada, fruto de um processo de envelhecimento mais oxidativo em recipientes de madeira. Trata-se de um vinho com características aromáticas que remetem a especiarias, caramelo e frutas secas.
Famílias do Vinho do Porto
Ainda dentro dos estilos Tawny e Ruby, existem diferentes classificações. Dessa forma, podemos considerar Porto Ruby uma família e Porto Tawny outra. Confira a seguir as famílias do Vinho do Porto.
Porto Ruby
O Porto Ruby pode ser classificado como:
- Standard;
- Reserva;
- LBV – Late Botlled Vintage;
- Crusted;
- Vintage.
Porto Tawny
O Porto Tawny é classificado como:
- Standard;
- Reserva;
- Colheita;
- Garrafeira;
- Indicação de idade.
Porto Branco
O Vinho do Porto Branco é classificado pelo estilo e pelo grau de doçura.
Grau de açúcar:
- Extra Seco < 40 g/l;
- Seco 40 – 65 g/l;
- Meio doce 65 – 85 g/l;
- Doce 85 a 130 g/l;
- Lágrima > 130 g/l;
Os estilos são os mesmos dos tawny:
- Standard;
- Reserva;
- Colheita;
- Garrafeira;
- Indicação de idade;
Porto Rosé
A mais nova família de Vinho do Porto é o estilo Rosé. A primeira vinícola a produzir esse estilo foi a Croft. Hoje outras empresas já elaboram suas versões, que têm feito muito sucesso. Não há ainda subclassificação para essa família.
Como consumir Vinho do Porto?
Se você é um amante de da bebida, a resposta é consuma o Vinho do Porto um qualquer ocasião, sem fazer cerimônia. Pode ser apreciado da forma tradicional, como aperitivo ou digestivo. Vais muito bem com doces e sobremesas e hoje vem ganhando muito espaço na coquetelaria. Se você ainda não provou o Porto Tônico, uma versão da “Gin tônica” mas com Vinhos do Porto no lugar do Gin, não sabe o que está perdendo.
Taça ou copo ideal para consumir Vinho do Porto
Nós, do Reserva85, sempre defendemos quem a taça ideal é a taça que você tem. Ainda assim, existe uma tradição do serviço do vinho, que gostamos de apresentar aos leitores mais interessados nas famosas “regras” do universo dos vinhos. Então, vamos lá!
O Vinho do Porto é geralmente servido em taças menores, ou cálices. Isso se deve ao fato de ser servido em quantidade reduzida, quando comparado aos vinhos tranquilos. Em geral, serve-se de 30 a 50 ml de Porto em cada dose. Temos que lembrar que o Porto possui um teor alcoólico mais elevado que os vinhos comuns, dessa forma, o consumo deve ser moderado.
Existem taças desenvolvidas para a apreciação do Vinhos do Porto. O IVDP lançou recentemente uma taça exclusiva ideal para degustação, que favorece a percepção dos aromas do vinho.
Já os copos usados na coqueteleira variam de acordo o drink elaborado. Em geral utiliza-se copos longos para sangrias e copos similares aos de Gin para o Porto Tônico.
Veja também: Técnicas para degustação de vinhos.
Temperatura de serviço
Para extrair ao máximo as características do seu vinho, é ideal atentar para a temperatura de serviço. A baixo listamos as temperaturas recomendadas para cada estilo de vinho:
- Rosé – 4ºC;
- Branco – 6 a 10 ºC;
- Ruby – 12 a 16 ºC;
- Tawny – 10 a 14 ºC.
O que combina com Vinho do Porto
As combinações mais comuns com Vinho do Porto são as sobremesas, também os queijos duros, frutos secos e sementes. Contudo, há uma infinidade de harmonizações possíveis para cada um dos estilos. Ainda mais quando ampliamos a gama para os drinks a base de Porto.
Para facilitar, vamos dar algumas sugestões para cada uma das famílias:
Os Rubys vai muito bem com sobremesas a base de frutas vermelhas e chocolate. Como exemplo, cheesecake de frutos vermelhos e o fondant de chocolate.
Já os Tawny combinam perfeitamente com doces que levam especiarias como canela. Além disso, sobremesas que levam laranja ou doces de ovos são ótimas pedidas. Em Portugal, os turistas adoram combinar o Tawny com os pastéis de nata. Muito embora os portugueses optem mais frequentemente por um cafezinho para acompanhar os pasteizinhos de Belém.
Se sua opção é combinar o vinho com um momento de celebração, então os Vintage, LBV e Colheita são ótimas pedidas. São vinhos carregados de história, produzidos para serem consumidos em ocasiões especiais.
O Porto Branco acompanha muito bem um salmão defumado. É ideal para acompanhar também entradinhas a base de massa folhada e queijo de cabra. Paralelamente, é muito utilizado na coquetelaria, assim como o Rosé, que também é uma ótima pedida para um dia mais quente a beira mar ou da piscina.
Como armazenar seu Vinhos do Porto?
O Vinho do Porto deve ser armazenado de forma similar aos vinhos tranquilos. O ideal é que seja mantido a uma temperatura entre 14 e 18 graus, deitados para evitar o ressecamento da rolha.
Após aberto, o vinho pode ser armazenado na própria garrafa. Diferentemente dos vinhos comuns, a rolha do Porto é geralmente produzida para abrir e fechar a garrafa manualmente. Há quem utilize os tradicionais recipientes de vidro para armazenar o vinho.
Vinho do porto estraga?
Existe um mito de que o Vinho do Porto não estraga após aberto. Não é verdade. Principalmente quando falamos de Ruby Vintage. Esses devem se consumidos de forma similar a um vinho tinto comum.
De fato, as características do vinho, permitem uma maior longevidade após aberto. Em especial os Tawny e os com indicação de idade.
Veja a seguir os prazos de consumo recomendados para cada estilo de Vinho do Porto:
- Vintage – 1 a 2 dias;
- LBV – 4 a 5 dias;
- Ruby Std, Ruby Reserva e Brancos Std – 8 a 10 dias;
- Brancos tradicionais (oxidativos) – 15 a 20 dias
- Tawny e Tawny Reserva – 3 a 4 semanas;
- Indicação de idade e Colheita – 1 a 4 meses;
Origem e História do Vinho do Porto
Você sabia que o Vinho do Porto não é produzido no Porto? Pois é, o cultivo das uvas e o processo de vinificação é feito na região do Douro e o estágio de guarda e engarrafamento é realizado, principalmente, em Vila Nova de Gaia.
Ainda assim, o vinho recebe essa denominação devido ao conteúdo histórico. A produção de vinhos da região do Douro ficou internacionalmente famosa devido às exportações realizadas por mercadores ingleses, alemães e holandeses, a partir da cidade do porto. A bebida era então referida como “Vinho do Porto”.
Outro fator histórico bastante interessante é a adição de aguardente aos vinhos para sua melhor preservação durante as viagens marítimas. Essa “fortificação” é bastante diferente do processo utilizado nos vinhos de hoje, mas marca a identidade do produto.
Vale ainda destacar, que a região do Douro foi pioneira na demarcação e legislação de denominação de origem. Em 1757, Marques de Pombal decretou a primeira demarcação da região vinhateira do Douro. Confira a seguir um vídeo com dados sobre origem e história do Vinho do Porto.