fbpx

O que é Indicação Geográfica (IG) e Denominação de Origem (DO)?

Indicação Geográfica (IG) é um selo que reconhece uma área de vinha determinada dentro de um país pela sua qualidade diferenciada. Esse selo garante que os produtos daquela região apresentam características específicas devido a sua origem. Denominação de Origem (DO) é uma subdivisão mais restritiva dentro da IG.

A regulamentação dessas áreas é extremamente rigorosa. No entanto, não existe uma regulamentação global para as IGs. Cada país utiliza regras próprias e define suas normas para que uma área seja Indicação Geográfica. As normas estabelecem as metodologias de produção e também características dos vinhos, como doçura e teor alcoólico.

Leia também nosso artigo sobre as siglas das denominações de origem dos vinhos e entenda as diferentes abreviações: DOC, DOCG, AOC e outras.

Para que servem as Indicações Geográficas e Denominações de origem?

Esses selos não apenas delimitam a área de cultivo como também impõe regras de viticultura e vinificação. Por exemplo, quantidade de videiras permitidas e rendimento de cada uma delas, castas autorizadas, teor alcoólico. No geral, os selos protegem os produtores e tornam o consumidor mais consciente sobre o produto.

Para que o vinho seja rotulado com algum desses selos, a produção anual é submetida a provas e testes para assegurar que a qualidade e características daquela região estão presentes na bebida. As áreas de plantio e as vinícolas também são inspecionadas anualmente para garantir que as normas de cultivo e produção estão sendo seguidas. Leia mais sobre como os vinhos são feitos.

Não ter um selo desses não significa que o produto é ruim. Apenas que ele não segue regras predefinidas ou não está em uma área delimitada. A qualidade de produtos com selos de procedência acaba sendo alta pois os produtores têm de seguir a riscas as especificações, garantindo assim o padrão da região.

Ter conhecimento sobre as características dos vinhos produzidos em cada IG é muito importante na hora de escolher ou harmonizar um vinho. Mas essa não é uma tarefa tão simples. Um especialista pode indicar o que se espera obter de um vinho apenas sabendo sua origem. Um Masters Sommelier é capaz de dizer a Indicação de Origem e safra de um vinho em uma prova as cegas. A série de filmes Somm retrata a trajetória para formação de um Master Somellier.

Como é feita a Indicação Geográfica no Brasil?

No Brasil a Indicação Geográfica é dividida em duas frentes: Indicação de Procedência (IP), Denominação de Origem (DO). IPs são regiões reconhecidas pela produção de vinho e DO são regiões onde os vinhos apresentam características especificas oriundas daquela área de cultivo ou terroir.

Denominação de Origem e Indicação de Procedência brasileiras

Atualmente, há no Brasil o registro de uma DO, DO Vale dos Vinhedos. Existem também cinco IPs: IP Altos Montes; IP Farroupilha; IP Monte Belo; IP Pinto Bandeira; IP Vales da Uva Goethe e, a mais recente, adquirida no dia 05 de maio de 2020, IP Campanha Gaúcha.

Indicação Geográfica na União Europeia

Na União Europeia (UE), as indicações Geográficas são dividida em duas categorias: Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP).

Denominação de Origem Protegida são áreas menores com normas mais rigorosas. Indicação Geográfica Protegida são delimitações maiores e com menos regras. Em ambas, a lei rege as técnicas de viticultura e vinificação permitidas e as castas autorizadas. Mas cada membro da UE adota o seu termo próprio de rotulagem.

Ainda que cada país europeu utilize sua própria denominação, existem regras únicas que todos devem seguir para poder comercializar os vinhos dentro ou fora da União Europeia. Além disso, em 1986 foi estabelecido que todos os vinhos produzidos em zonas de Indicação Geográfica deveriam ter no rótulo a inscrição oficial Vinho de Qualidade Produzido em Região Demarcada (VQPRD). No entanto, hoje, essa inscrição é facultativa.

Qual foi a primeira Denominação de Origem do mundo?

A primeira Denominação de Origem do mundo foi a DOC Douro em Portugal. A DOC foi criada em 1756 por Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido como Marquês de Pombal. O país estava inundado em problemas, crise financeira e sentindo ainda os efeitos do terrível terremoto que devastou Lisboa. Dessa forma, o então secretário de Estado do Reino resolveu usar o Vinho do Porto para reerguer Portugal.

No dia 10 de Setembro de 1756, o Marques de Pombal cria a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. A organização surgiu com o discurso de proteger o mercado do Vinho do Porto. Contudo, o que aconteceu foi um monopólio por parte da empresa.

A Companhia criou normas que controlavam o plantio, produção, qualidade e comercialização. Também estabeleceu áreas de produção dos vinhos, que deveriam se concentrar a 100 km da cidade do Porto, na região do rio Douro. Leia mais sobre as regiões demarcadas de Portugal.

A empresa dificultou a exportação de vinhos de outras regiões e ainda tornou-se a única a exportar Vinho do Porto para Inglaterra, Brasil e Rússia. Por muitos anos o Vinho do Porto foi a maior fonte de renda do País. No entanto, em 1777, com a morte do rei D. José, a rainha D. Maria I destituiu o Marques do cargo e revogou suas leis permitindo que as outras regiões voltassem a comercializar seus vinhos.

Após 262 anos, a organização continua em operação. Hoje, sob o nome de Real Companhia Velha é a mais antiga empresa de Portugal em atividade ininterrupta. Conta com cinco quintas, Carvalhas, Aciprestes, Cidrô, Casal da Granja e Síbio. As quintas produzem vinhos doces, tranquilos e também azeites e coquetel.

Quer aprender mais sobre o vinho, inscreva-se nos nossos cursos de vinho aqui. Leia também a história do vinho e outros artigos na Enciclopédia do Vinho.

promoção curso de marketing de vinhos