História de Dom Pérignon
A história de Don Pérignon se confunde com a própria história de Champagne. Ele foi uma figura muito marcante para o desenvolvimento do vinho no geral. O monge desenvolveu práticas que revolucionaram a viticultura. O monge nasceu em 1638/39 (fontes diferem na data) e foi mestre de adega da Abadia Saint-Pierre de Hautvillers, perto de Epernay, de 1668/1670 até 1715.
O monge produzia vinhos tranquilos e, na maioria, tinto. Seus vinhos eram considerados de alta qualidade e todos se referiam a ele com muito respeito e admiração.
Mitos sobre a história de Dom Pérignon
A história de Dom Pérignon é cheia de mitos. Muitos dão a ele o crédito por ter desenvolvido a segunda fermentação. Mas isso não é verdade. Não existe nenhum documento que faça referência à elaboração de espumante pelo monge.

Conta a lenda que durante uma peregrinação a caminho de Santiago de Compostela, Dom Pérignon ele conheceu os monges da Abadia de Hilaire, no Languedoc. Ele se impressionou com a técnica desenvolvida pelos monges para a elaboração de um vinho com borbulhas. Ai teria dito a célebre frase: “Estou bebendo estrelas!”.
Mas Pérignon teve um desentendimento com os monges e foi expulso da abadia. Como vingança levou o método para Champagne e assumiu ser dele a invenção.
Mas nada dessa história é real. Pelo menos não existe nenhum registro que valide essa informação. O que se sabe, é que desde 1531, quase cem anos antes de Pérignon nascer, os monges de Languedoc já estudavam o fato do vinho ganhar bolhas. Mas o primeiro registro de um espumante criado propositalmente na França é de 1695.
Outro ponto de divergência é sobre sua capacidade visual. Há quem diga que o monge era cego, ou que ficou cego em seu último ano de vida. Mas não existe nenhum documento que faça menção a isso e prove essa informação.
A real história de Dom Pérignon
Mesmo não sendo o criador da segunda fermentação, Dom Pérignon desenvolveu diversas técnicas que contribuíram muito para a viticultura local e mundial. Essa é a parte real da história de Dom Pérignon.
O monge foi o primeiro produtor a elaborar um vinho branco a partir de casta tinta. Percebeu que se tirasse rapidamente as cascas, o mosto não tingia. Hoje conhecemos esse processo por Blanc de Noirs. Pérignon também introduziu a prática de colher as uvas nas horas mais frias da manhã, para preservar as características das frutas; e de visitar as vinhas diversas vezes durante a vindima para escolher o momento certo de colher cada tipo de uva.
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Dom Pérignon aprimorou o blend. Ele não apenas usava castas de uvas aleatórias, como era de costume na época. O monge selecionava as castas que iriam fazer parte do corte, anotava quais estavam sendo processadas juntas, de qual parcela vinham e o que aportavam ao vinho. Com isso, a mistura tornou-se um caminho para combater os elementos negativos da colheita e assim obter vinhos com mais equilíbrio e boa forma.
Champagne Dom Pérignon
O champagne Dom Pérignon nada tem a ver com o monge. Ele foi criado, em 1668, pela Maison Mercier. Em 1927, a produção passou a ser da Möet et Chandon, que em 1935 lançou o primeiro rótulo, com a safra de 1921. Conheça mais sobre o espumante no site da marca.
Desde lá, outras 42 safras foram engarrafadas. Em 1959, foi produzida a primeira versão rosé, e até hoje foram 26 safras. Atualmente, está no mercado a safra de 2009 e a versão Rosé é da safra de 2006.
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O champagne é necessariamente um vintage, o que significa que só há exemplares em anos excepcionais. O chef de cave é o responsável por fazer essa análise e decidir se as frutas do ano atendem aos critérios impostos para ser um Dom Pérignon. São utilizadas as uvas Pinot Noir e Chardonnay. O blend muda de acordo com a safra, mas sempre tentando manter o limite de 60% de uma variedade.
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As garrafas são marcadas com a letra P (de Plenitude) e um número. Isso significa o tempo que permaneceu na adega. As que levam P1, passaram 7 anos nas caves; P2, de 13 a 15 anos; e P3, inacreditáveis 30 a 40 anos.
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