Tipos de vinho
Os tipos de vinho são determinados de acordo com características de sua origem, produção e conteúdo. A principal divisão está entre os vinhos finos e de mesa. Dentro dessas classes existem vários tipos, como os espumantes, doces, orgânicos ou naturais. Cada vinho tem suas características definidas e controladas para pertencer à sua categoria.
Popularmente, podem existir nomenclaturas formais, informais ou regionais. No entanto, para o mundo do vinho, o termo tipos de vinho está normalmente referido à classificação dos vinhos finos. Leia também sobre os vinhos tintos, brancos e rosés.
Qual é a diferença entre o Vinho Fino e Vinho de Mesa?
No Brasil, a diferença entre o Vinho Fino e o Vinho de Mesa está ligada à espécie de uva utilizada para produzir o vinho. Para ser considerado vinho do tipo Fino, a bebida deve ser elaborada por castas Vitis Vinifera. Já o Vinho de Mesa leva Vitis Americana em sua composição, que são as uvas que encontramos no mercado (Niágara, Bordô e Isabel). Essa variedade de uva origina produtos mais simples, menos complexos e com pouco corpo. É o famoso vinho de garrafão, ou colonial.
Atualmente, cerca de cinco mil uvas estão categorizadas como Vitis Vinifera, entre elas as castas mais famosas: Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Malbec e Merlot. Rótulos que contém a marcação Vinho Fino de Mesa representam uma bebida produzida com Vitis Vinifera. Portanto, é um vinho Fino.
Vinho de Mesa na União Europeia são vinhos que não receberam nenhuma certificação. Diferente do Brasil, são vinhos elaborados com castas Vitis Vinifera mas que não cumprem requisitos legais para serem enquadrados em uma Indicação Geográfica ou Denominação de Origem. Seja pela localização das videiras, forma de vinificação ou castas utilizadas. Podem ser vinhos tintos, brancos, rosés, espumantes e de sobremesa e estão aptos à venda e exportação. Há órgãos específicos de controle para esse tipo de vinho. Os Vinhos de Mesa em Portugal, por exemplo, são regularizados pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).
Como são classificados os tipos de vinho?
A classificação dos tipos vinho é feita de acordo com seu estilo: Vinho tranquilo, vinho espumante e vinho doce ou de sobremesa.
Vinho tranquilo: é o tipo de vinho que estamos acostumados a consumir no dia a dia. São os vinhos “normais”. Eles são subdivididos em tintos, brancos e rosés. Leia mais sobre os vinhos tranquilos.
Vinho espumante: é o tipo de vinho que têm bolhinhas. Elas podem ser geradas de forma natural ou com a injeção de gás carbônico. Entenda como são produzidos o espumantes.
Vinhos doces ou de sobremesa: são elaborados com uvas mais maduras ou que por algum motivo natural contenham uma maior concentração de açúcar. E não, não são feitos só para serem tomados na sobremesa ou com doces. É possível harmonizar vinho doce com comida salgada, por exemplo. Saiba mais em como harmonizar vinho com comida. Nesse grupo existem também os vinhos do tipo fortificado, que recebem este nome pois ao término do processo de fermentação são complementados com aguardente vínica. Descubra como são feitos os vinhos doces.
Quais são os tipos de vinho seco, suave e doce?
Vinhos seco, suave e doce é uma classificação tradicionalmente utilizada para Vinhos de Mesa brasileiros. Essa classificação se dá pela quantidade de açúcar adicionado ao liquido final. Como antigamente a produção desse tipo de vinho dominava o mercado nacional, tornou-se usual aplicar essa classificação para indicar o gosto pessoal. Leia sobre a história do vinho no Brasil e no mundo.
Por conta dessa tradição, ainda é comum ouvirmos que determinada pessoas gosta mais de vinho suave do que vinho seco. Mas o que de fato isso quer dizer nos dias de hoje? Fazendo uma analogia, um vinho suave quer dizer que ele é um vinho que não agride o paladar e que todas as suas notas estão em harmonia. Um vinho seco é aquele onde o tanino é mais presente e dá sensação de secura na boca. Já os doces são os que sentimos alguma doçura logo que colocamos a bebida na boca.
As definições de vinho suave e seco ainda causa confusão entre profissionais e consumidores. Leia o artigo em que explicamos detalhadamente esses termos.
A legislação brasileira proibi o uso de açúcar na produção de vinhos finos tranquilos. Dessa forma, o adocicado que pode ser sentido em alguns tipos de vinho é proveniente da própria uva. Ao término da fermentação se o açúcar da uva não foi todo convertido em álcool, permanece no liquido um açúcar residual, que dá certa doçura à bebida.
Entenda a doçura do vinho em nosso guia de Análise Sensorial.
Legislação brasileira sobre vinhos secos e doces
De acordo com as leis brasileiras, um vinho é seco se contiver até 4 gramas de açúcar por litro, meio seco se possuir até 25 gramas e o doce quando superar 25 gramas. Lembrando que para os vinhos do tipo fino esse açúcar é natural da uva. Já os de mesa e espumantes têm uma especificação própria.
O que são vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais?
Atualmente, é cada vez mais comum encontrarmos rótulos dizendo que o vinho é ogânico, biodinâmico ou produzido de alguma forma natural. Assim, todas essas definições indicam que o vinho foi elaborado a partir da agricultura orgânica, com restrição no uso de aditivos químicos artificiais, de forma sustentável e respeitando a natureza.
Vinhos Orgânicos: dispensam o uso de qualquer tipo de ingrediente químico, como pesticidas e sulfito. Mas isso não quer dizer que são totalmente livres dessas substâncias. Leis nacionais regulam a quantidade que cada substância química pode ser usada para enquadrar a produção em Orgânica.
Vinhos Biodinâmicos: esse tipo de produção transcende a técnica agrícola orgânica e leva também em consideração a criação de uma relação de equilíbrio entre todo o sistema que envolve o vinho, solo, videira, ser humano e o universo.
Vinhos naturais: esses são os tipos de vinho que apresentam as características naturais da uva na forma mais genuína, pois não há nenhum tipo de interferência na elaboração da bebida. Não é permitida a adição de leveduras selecionadas e nem a prática de filtragem.
O que é vinho vegano?
O veganismo é uma ideologia que defende a não utilização de ingredientes ou substâncias de origem animal na produção de bens para consumo, seja comida, vestuário, produtos de beleza, e, inclusive, o vinho.
Mesmo sendo oriundo da uva, um produto natural, a elaboração desse tipo de vinho possui algumas etapas que incluem a utilização de substâncias de origem animal. Por exemplo, a filtragem, que usa gelatina animal; o amaciamento dos taninos, que pode conter albumina (proteína do ovo); e a clarificação, que serve para purificar a bebida, usa uma mistura com gelatina, albumina e caseína (proteína do leite).
Nesse caso, os produtores utilizam produtos de origem mineral, como o carvão ativado e bentonita (um tipo de argila). Assim como os vinhos veganos, o vinho kosher também não utiliza agentes de origem animal. Em ambos o cultivo não precisa ser, necessariamente, orgânico.
O que é vinho Kosher?
O vinho Kosher é um tipo de vinho que segue as regras de produção definidas pelo judaísmo. Dessa forma, a denominação indica que o produto está apto para ser consumido por judeus. Para que o vinho seja Kosher, todos os envolvidos no processo têm que ser judeus ortodoxos, caso alguém de fora da religião manipule o vinho, ou tenha contato com qualquer parte da produção, a bebida passa a ser imprópria para o consumo. Assim como todo o maquinário e produtos utilizados no processo devem ser Kosher.
Consulte também nossa Enciclopédia para aprender mais sobre o vinho, denominações de origem e terroir.
Leia também sobre os tipos de harmonização e como harmonizar o vinho na prática. E acompanhe o Reserva85 no Facebook e Instagram.