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O que são as Vinhas Velhas?

O que são as Vinhas Velhas?
Vinhas Velhas - vinhedos antigos

As Vinha Velhas conquistam os apaixonados por vinhos mundo afora. Mas será que elas realmente têm qualidade indiscutível? Entenda o conceito e tire suas conclusões!

Enófilos e enólogos do mundo todo se rendem aos encantos das Vinhas Velhas. Afinal, não é para menos. Vinhedos antigos têm grandes histórias atreladas a eles. São vinhas que sobreviveram a guerras, pragas, disputas territoriais e estiveram por décadas expostos à ação climática e da natureza. E mesmo assim, permanecem ali. Gerando frutos e vinhos.

Assim como o nome sugere, Vinhas Velhas são plantações de uvas antigas. A idade para ser considerada uma vinha velha varia de acordo com a região. Na Europa, em que a produção de vinho é milenar, uma vinha é considerada antiga quando passa dos 40 anos. Já as novas regiões produtoras, videiras com mais de 25 anos são consideradas velhas.

Não há uma regra geral, lei ou se quer consenso para determinar a idade de uma vinha. Essa definição varia da qualidade da videira, da crença do enólogo ou até do marketing da vinícola. Na Espanha, por exemplo, acredita-se que a uva termina de se adaptar ao solo quando chega aos 15 anos e só depois disso começa a gerar grandes vinhos.

Já na África do Sul, os agricultores acreditam que aos 15 anos a parreira entra em declínio e suas uvas perdem a complexidade. Com a diminuição na qualidade das castas e baixo rendimento do vinhedo, os viticultores optam por arrancá-las e as substituem por videiras mais jovens e vigorosas.

Como forma de proteger essas vinhas da ação dos agricultores, a viticultura Rosa Kruger criou o The Old Vine Project. Um projeto que visa preservar a cultura das vinhas velhas na África do Sul. Desde 2018, produtores associados podem incluir nas garrafas o selo Certified Heritage Vineyards com a data do plantio da vinha. O selo está disponível para vinhos elaborados com uvas oriundas de parreiras com 35 anos ou mais. Essa certificação é inédita no mundo e garante vinhos autênticos, cultivados de acordo com as diretrizes vitícolas e enológicas do instituto.

Seguindo essa linha protetiva, a região de Barossa, na Austrália, é uma das únicas no planeta que tem regulamentação para o assunto. Por ser o lar de alguns dos mais antigos vinhedos em produção contínua do mundo – há uma parcela de Shiraz datada em 1847 -, a região instituiu em 2009 o Barossa Old Vine Charter, um registo das vinhas por idade. São quatro categorias: Barossa Old Vine, mais de 35 anos, Barossa Survivor Vine, mais de 70 anos, Barossa Centenarian Vine, mais de 100 anos, e Barossa Ancestor Vine, mais de 125 anos. Essa iniciativa surgiu após uma medida do governo australiano em oferecer incentivos para modernizar a viticultura do país. Muitos viticultores optaram por arrancar as vinhas antigas e substitui-las por novas plantações.

Mas se as vinhas velhas são melhores, por que tantos viticultores optam por matá-las ao invés de cultivá-las?

Cuidar de uma plantação de uvas antiga é muito mais trabalhoso e custoso do que cuidar de uma vinha jovem. Com o passar dos anos, as videiras tornam-se mais sensíveis e mais suscetíveis a doenças e pragas. Essa fragilidade reflete no cultivo. É necessário de mão-de-obra especializada e, dificilmente, é possível utilizar máquinas nesses vinhedos.

Quando calculado o gasto x o rendimento, muitos viticultores preferem arrancar as vinhas. Pois o gasto para cuidar do vinhedo é maior que o rendimento dele. Parreiras com idade avançada geram uvas e cachos menores e mais concentrados. Consequentemente, uma produção menor. Uma vinha velha produz cerca de 10 vezes menos que um vinha jovem.

Mas quem arrisca manter um vinhedo velho, colhe bons frutos. E não estamos nos referindo apenas a qualidade das uvas. Levar a inscrição vinhas velhas no rótulo agrega valor ao produto. É um termo que o mundo inteiro traduz como exclusividade e está disposto a pagar mais caro por aquele exemplar.

Vinhas velhas geram uvas mais concentradas. Com isso, seus vinhos são mais exuberantes, com maior carga aromática, acidez equilibrada e taninos macios. São vinhos mais estruturados e complexos. Enólogos entusiastas do tema defendem que as vinhas velhas têm maior regularidade na produção durante os anos e que sofrem menos com os impactos climáticos.

Mas é bom lembrar que idade por si só não garante vinhos excepcionais.  A vida útil de uma videira é medida de acordo com a qualidade das uvas e sua capacidade de produção. Para isso, é necessário que a plantação esteja saudável e bem adequada ao clima e ao solo, e as técnicas de condução, pode e manejo sejam realizadas de acordo com o perfil do vinhedo.

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